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Dor física e dor emocional – como entender o que uma dor significa

Atualizado: 21 de ago. de 2020

Há uma relação estreita entre nosso corpo e nossa mente, já observou? Por exemplo, quando estamos nervosos com alguma situação e sentimos arrepios na pele ou frio na barriga. Em relação à dor não é diferente, muitas vezes apresentamos dores em nosso corpo cuja origem é emocional. Por isso, é muito importante olharmos para nós mesmos como um todo, considerando aspectos físicos e emocionais.


Sobre esse assunto, fiz uma live muito interessante esta semana com a Fisioterapeuta mineira Priscila Brandão e trago aqui alguns destaques da nossa conversa.




Nosso corpo fala e dá sinais o tempo todo, então apesar de desconfortável e desagradável a dor é um alerta para nós de que algo não está bem e precisa ser cuidado. Se você sente alguma dor, é importante observar se ela sempre ocorre, em que período costuma acontecer, ou se percebe que ela está relacionada a alguma situação ou movimento, etc. Até para ir ao médico, fisioterapeuta, psicólogo ou outro profissional de saúde é preciso observar como se manifesta a dor no seu corpo para se definir a melhor ação. Tudo isso porque a dor tem significados distintos e é sentida de formas diferentes pelas pessoas. Somos seres únicos e sentimos as dores, sejam físicas ou emocionais, com intensidades diferentes e também temos formas diferentes de lidar com elas.


Dores nas costas, na cabeça, na nuca, entre outras tanto podem ser unicamente físicas devido a torções, má postura ou má alimentação, por exemplo, quanto devido a tensões e ansiedades do seu dia. Existem muitas coisas com as quais temos que lidar (outras que achamos que temos que dar conta sozinhas) e quando muita coisa se acumula, não conseguimos nos organizar ou elaborar as emoções que elas nos causam, as reações emocionais podem se manifestar também no corpo. A dor física causada por fator emocional é real, já que é algo individual, não podemos ignorar quando alguém relata estar sentido uma dor ou desconforto.


Quanto a isso fatores e intervenções multidisciplinares podem ser necessárias. Em muitos casos de dor será necessário acompanhamento de vários profissionais como fisioterapeuta, dentista, psicólogo, médicos, etc. A atuação desses profissionais não ocorre em sentido de disputa de quem é melhor ou vai trazer a melhor recuperação, mas acontece no sentido de trabalho em conjunto para promover o bem-estar do paciente que está passando por dores ou crises.


O que é muito importante trabalhar para entender melhor o significado de uma dor é a consciência corporal, a autopercepção e o autocuidado. Conhecendo o seu corpo, como ele funciona e se manifesta em determinadas situações, já te ajuda a melhorar sua autopercepção. Se perceber é ter a oportunidade de fazer uma pausa e notar o que você está sentindo, como está sentindo e o quanto te afeta e isso é muito importante para te levar para a fase do autocuidado. O autocuidado é você voltar a atenção para si e cuidar de sua saúde emocional e física, de sua pele, sua alimentação, suas relações, se valorizando e se priorizando.


Quando alguém apresenta um intenso desequilíbrio de emoções, sentimentos e pensamentos, independente da origem ou do tipo de trauma ocorrido, esse acúmulo de fatores interfere causando dores e problemas físicos, ocasionando o que se chama de somatização ou até mesmo gerando doenças psicossomáticas. Na somatização a pessoa apresenta sintomas físicos, mas após examinação clínica não é detectada uma doença orgânica, apontando como causa e persistência desse sintoma a emocional; exemplo disso acontece na síndrome do pânico ou em crises de ansiedade. No caso das doenças psicossomáticas, já se desenvolvem doenças físicas por motivação emocional como hipertensão, diabetes, enxaquecas, artrite, úlceras, etc.


Independente da causa, a busca por tratamento é essencial! Observo que muitas vezes falta iniciativa pessoal para tratar essas dores. Muitas pessoas priorizam outras áreas da vida, se deixam em segundo plano e ignoram os sinais de dor que o corpo envia. Acabam buscando resultados imediatos nos remédios que podem tratar dos sintomas, mas não das causas, ou seja, eliminam a dor, mas nem sempre tratam da origem do problema ou o solucionam. Às vezes, quando resolvem dar atenção de uma forma mais implicada, já se está em um estágio mais crítico da situação.


Vou deixar algumas dicas para você se proteger emocionalmente e evitar e/ou diminuir a possibilidade de desenvolver dores psicossomáticas, até mesmo solucioná-las se você já as tem:


  • Pratique o autoconhecimento: reconheça seu jeito de ser, suas fraquezas e suas forças, para se munir de habilidades e lidar com problemas.

  • Exercite a autopercepção e o o autorrespeito: perceba como você está e respeite seus momentos.

  • Desenvolva sua inteligência emocional: conhecer e entender suas emoções vai te dar mais segurança de compreender como você reage diante das mais diversas situações, sem necessariamente, as absorver e transformá-las em um grande problema.

  • Reavalie sua história e suas metas: observe o que aconteceu no passado que você pode ter guardado para si como um ressentimento ou uma questão ainda a ser elaborada e encerrada, reavalie se seus objetivos de vida estão de acordo com quem você é e com o que você realmente deseja.

  • Priorize cuidar de si: o autocuidado é essencial e se priorizar nunca será egoísmo, pois quando você está bem consigo mesma, naturalmente será mais fácil estar bem com os outros.

  • Aprenda a perdoar: perdoar aos outros e a si mesma - algumas histórias passam, mas deixam algo entalado em nós que ficamos sempre revivendo - perdoar é abrir espaço para a liberdade e para deixar ir o que for necessário.

  • Exercite e estimule seu corpo e sua mente: como diz o ditado “corpo são, mente sã”, e realmente é assim, quando você estimula seu corpo e sua mente a se exercitarem, até as dores, quando surgem, são melhor compreendidas.

  • Busque ajuda de um profissional qualificado caso você não esteja conseguindo lidar com alguma dor, não tente dar conta de tudo sozinho.

  • Entenda que precisar de ajuda ou tratamento não é sinal de fraqueza, mas de que você sabe o momento em que é preciso dividir sua dor para somar forças para seu bem-estar.

Vamos conversar?

Escreva aqui nos comentários: Você sente ou já sentiu alguma dor que não soube identificar seu significado? Com se sentiu?

O que fez ou o que tem feito em relação a isso?

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